domingo, 1 de setembro de 2013

Convulsão febril

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje vou escrever pra vocês sobre um assunto que deixou eu e meu marido traumatizados...convulsão febril!

Nosso filho de 3 anos, teve a primeira crise convulsiva, em fevereiro de 2012, quando ele tinha 1 ano e 5 meses devido a uma infecção de intestino.

A segunda crise aconteceu um ano depois, em fevereiro de 2013, devido a uma infecção de garganta, de lá pra cá, ele já teve mais 4 crises, todas associadas a algum tipo de infecção.

Depois da segunda crise, o levamos ao neurologista infantil e ele fez o exame de eletroencefalograma que não apresentou nenhuma alteração. O médico constatou que o caso dele é genético. Eu tive uma crise convulsiva com 11 meses e tomei remédio de modo contínuo até os 5 anos de idade, e minha mãe também teve crises quando era criança.

Por ele ter tido mais de uma crise, o neurologista receitou um anticonvulsivo pra darmos junto com o antitérmico, assim que começasse a febre. O medicamento deve ser administrado por dois dias, de 8 em 8 horas; antes eram de 12 em 12, mas como houve um episódio em que ele teve uma crise convulsiva no intervalo entre as primeiras doses, o neurologista reduziu o intervalo.

Apesar de todos os cuidados, por duas vezes aconteceu de percebermos a febre a 37°C, darmos o antitérmico e o anticonvulsivo, mas, dada a rapidez com que a temperatura sobe, não haver tempo de o remédio fazer efeito, e a crise ocorrer; o que muito nos angustia.

Sempre que ele começa com algum sinal de indisposição, falta de apetite, e começa a febre, ficamos muito apreensivos e angustiados. Vocês podem imaginar nossa aflição, não é mesmo?

Hoje já sabemos como proceder quando ele tem as crises, mas não conseguimos nos acostumar, é muita tensão.

Pra vocês entenderem melhor sobre a convulsão febril em crianças leiam os artigos abaixo.

O primeiro eu tirei do site da Sociedade de Pediatria de São Paulo (aqui)

Convulsão febril

Relatora: Dra. Milena de Paulis

Mestre em Pediatria pela FMUSP, Médica Assistente do Pronto-Socorro do HU-FMUSP e secretária do Depto. Científico de Emergências da SPSP.

Quando o tema é febre em crianças, sempre existe o fantasma da convulsão. É comum ouvirmos frases como: “febre alta dá convulsão”, “não deixo vir a febre para não dar convulsão”, “febre dá convulsão e é perigoso”. Na verdade, essas ideias são equivocadas. Vamos esclarecer algumas informações.

O que é convulsão febril?
A convulsão febril é a convulsão que ocorre nas primeiras 24 horas de uma febre em algumas crianças entre os 6 meses de vida e os 6 anos de idade. 

Por que acontece a convulsão febril?
Nem toda criança, mesmo com febre alta, vai convulsionar!
Existem fatores genéticos que predispõem para a ocorrência da convulsão febril. 
As infecções virais, como as gripes e os resfriados, bem como as infecções bacterianas, como infecção de ouvido, sinusite, pneumonia, também são doenças que podem levar à convulsão por apresentarem febre na sua evolução.
A convulsão febril também pode acontecer após a administração de algumas vacinas.

Como reconhecer uma convulsão febril?
Geralmente a criança apresenta por contrações fortes de todo o corpo (braços e pernas) e perda da consciência. Esse tipo de convulsão é chamada de tônico clônica generalizada e, na grande maioria das vezes, a duração é curta.

A convulsão febril é perigosa?
Apesar de ser assustadora, a convulsão febril na grande maioria das vezes é benigna, não traz riscos de vida, não afeta a inteligência e nem deixa sequelas neurológicas. Ocorre no primeiro dia da febre e não vai repetir obrigatoriamente nas febres seguintes. 

O que fazer na convulsão febril que ocorre em casa?
1. Manter a calma. 
2. Colocar a criança num local seguro.
3. Virar a cabeça ou o corpo da criança de lado para evitar a aspiração da saliva.
4. Não segurar a língua nem restringir os movimentos da criança enquanto estiver na convulsão. 
5. Afrouxar as roupas que estiverem apertadas. 
6. É preferível esperar que a criança pare de convulsionar para levá-la ao hospital. Em geral essas convulsões não duram mais que alguns minutos. 
7. Assim que possível, levá-la ao pronto-socorro para avaliação médica.

A convulsão febril pode acontecer de novo?
Na maioria das crianças, não.
A chance da convulsão febril acontecer novamente é maior nas crianças que tiveram o seu primeiro episódio no primeiro ano de vida.

A criança com convulsão febril deve tomar remédio anticonvulsivante?
Não é necessária a introdução de medicação anticonvulsivante no primeiro episódio da convulsão febril.

Depois da crise, com qual médico acompanhar?
Não há necessidade da avaliação de um neurologista no primeiro episódio da convulsão febril. O próprio pediatra pode fazer o acompanhamento.

Existe prevenção para a convulsão febril?
Levando-se em consideração os riscos e os benefícios das medicações anticonvulsivantes, não se recomenda, de rotina, o uso contínuo ou intermitente dessas medicações. Os antitérmicos como dipirona, paracetamol ou ibuprofeno, podem ser úteis no alívio dos sintomas causados pela febre, mas não impedem a ocorrência da convulsão.

Quem tem convulsão febril vai ser uma criança convulsiva?
Não, ela tem o mesmo risco de qualquer outra criança, de ter outro tipo de convulsão.

Após esses esclarecimentos lembrem-se: apesar da convulsão febril ser assustadora, é uma condição, na grande maioria das vezes, benigna que não traz sequelas. Na sua ocorrência, tente manter a calma e procure o serviço de emergência assim que possível.
Texto publicado em 29/09/2011.

O segundo artigo eu tirei do site "Pediatria em foco" (aqui)

Vamos falar um pouco sobre convulsão febril.


Costumamos falar no consultório que apesar de serem benignas, é uma cena que assusta muito aos pais. Mas, o mais importante, se isso acontecer é mantermos a calma, pois os cuidados iniciais deverão ser realizados por quem estiver com a criança! Esperamos ajudar vocês.
A convulsão febril na criança é uma das preocupações das mães e responsáveis. Porém, ela por si só é benigna, ocorrendo em torno de 4% da população infantil, e é mais freqüente entre 6 meses e 5 anos de idade, podendo manifestar-se até aproximadamente os seis anos, em ambos os sexos, sendo que tendências familiares não são significativas.
Ela decorre do desarranjo transitório no sistema de transmissão elétrico-químico do cérebro, que naquele determinado momento não se “harmonizou” adequadamente. O cérebro tem um “termômetro central” que controla o registro da temperatura corpórea, a partir do qual dirigem-se “comandos” para aquecer ou resfriar automaticamente, para mantê-la constante em torno de 36 a 37 graus. Quando ocorre a “subida” rápida nesse registro, os comandos do controle central podem “atrapalhar-se” momentaneamente, resultando em convulsão.
As manifestações vão desde crises tônicas (com rigidez na musculatura) até crises clônicas (com abalos), ou ambas ao mesmo tempo, acompanhadas de perda ou rebaixamento de consciência e cianose (fica “roxinho” ou com lábios e ponta de dedos azulados), devido à falta parcial de oxigenação. Normalmente, é muito rápida (menos de cinco minutos), e quando cessa a crise, a criança fica mais pálida, com respiração ruidosa e mais superficial, acompanhando estado de sono, e chegando a dormir durante minutos a horas.
Perguntas mais freqüentes: “Não é perigoso qualquer febrezinha dar convulsão?” e “Pode dar mais de uma vez?”. Não temos como adivinhar quando vai ocorrer, e pode reincidir eventualmente na mesma criança, até em torno dos seis anos de idade. Como a crise convulsiva é manifestação do sistema nervoso central, o mais importante é a criança ser examinada no hospital, para detectar a causa, sendo as mais freqüentes infecções respiratórias, urinárias e intestinais. É freqüente também a necessidade de se colher alguns exames, inclusive o líquor (líqüido da espinha), para descartar a meningite.
Se a criança apresentar os sintomas de convulsão febril proceda da seguinte forma:
Dispa a criança deixando apenas a fralda ou com menos roupa possível;
Proteja a cabeça com uma almofada mole certificando-se que entra ar renovado no quarto;
Afaste possíveis objetos com os quais a criança se possa ferir;
Com uma esponja embebida em água fria passe pelo corpo, começando pela cabeça descendo pelo resto do corpo, ou coloque-a em um banho frio;
Quando a criança estiver mais fria as convulsões cessarão. Neste momento use o anti-térmico recomendado pelo médico. Não antes, pois existe o risco da criança aspirar o conteúdo para os pulmões!!
Se a temperatura voltar a subir passe novamente a esponja ou repita o banho.
Clínica Infantil Reibscheid

Obrigada,

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